sábado, 12 de janeiro de 2013

Um czar cheio de azar

O russo Izmailov pode estrear amanhã com a camisola do FC Porto, reiniciando ao mais alto nível uma carreira que há vários anos parecia condenada ao declínio, por causa de lesões graves e quebras psicológicas. 
O Czar, como lhe chamavam nos primeiros anos no Sporting, não teve uma carreira condigna com a sua capacidade e atributos técnicos, por um misto de azares múltiplos e dificuldades de comunicação.
A transferência para o Porto é também a grande incógnita do ano. O russo pretende iniciar um ciclo completamente diferente, seguindo as pisadas do antigo colega João Moutinho, a quem há dois anos recriminara a opção de deixar Alvalade para trás em troca de títulos e de reconhecimento mais adequado ao seu potencial.
Subsiste nesta surpreendente transferência a incógnita sobre a sua real condição física, depois de tantos anos e alguns desentendimentos com o departamento médico do Sporting. Se a transferência significa virar as costas ao azar, Izmailov voltará a ser Czar, no Porto, agudizando o desconforto entre os adeptos leoninos relativamente à competência dos seus dirigentes, médicos e técnicos.
Quatro anos foram tempo suficiente para o Sporting encontrar uma solução para Izmailov, apesar das dificuldades de adaptação e do rendimento irregular dos jogadores russos em Portugal. Izmailov segue as pisadas de Yuran, Kulkov e Ovchinnikov, que não «sobreviveram» sequer dois anos ao regime de disciplina e exigência que vigora no Dragão.
Quando João Moutinho saiu do Sporting invocou a ânsia de conquistar títulos e de pertencer a uma equipa compatível com o valor individual que julgava possuir. Dois anos e meio depois, as razões de Izmailov são as mesmas e alertam o Sporting para um problema de sustentabilidade competitiva.

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